quarta-feira, 3 de junho de 2015

Homo Sapiens

Fugir. Evadir-me deste mundo nojento de gente asquerosa. Capaz das maiores atrocidades e falsidade. A minha razão de viver é fugir deste mundo povoado e dominado pela raça mais impura de todas. A raça humana.

Uma raça que significa a ruína e a extinção de tantas outras. Que constantemente contribui para o desaparecimento de indivíduos seus irmãos. Que desenvolveu um horrendo mecanismo para enganar, mentir e esconder.

Uma raça cuja única e verdadeira razão de viver é sobrepor-se aos restantes indivíduos. Profetas da ambição…hipócritas, exibem os seus crucifixos e, entre as mãos postas, seguram as 30 moedas e o punhal com que atacarão o “amigo” no peito. Corvos – com o devido respeito e pedido de desculpas, a esse animal esplendoroso, pela comparação – alimentam-se dos despojos fúnebres dos seus semelhantes, atrevendo-se ainda a lutar entre si pelas migalhas.

“Estou de luto. De luto permanente” e, por isso, como humano, cedo às imposições e estereótipos desta sociedade nefasta e mortificada e visto de negro. Negro do luto pela podridão da raça humana.

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