sábado, 6 de junho de 2015

Under a Full Moon Madness

Esta noite sinto-me só.
Apetecem-me os ares noturnos do monte. 
A brisa fresca a banhar-me a cara destapada. 
Apetece-me levar as mãos à boca, 
E, sobre ela, 
Formar com os dedos entrelaçados uma concha 
Apetece-me contrariar minha existência;
Soltar um uivo abafado e esperar pela resposta, 
De baixo de um luar poderoso... 
De um Céu maravilhoso...

Quando a resposta chegar, 
Longínqua ou não, 
Apetece-me romper pelo meio da densa vegetação 
Seguindo a resposta ao meu chamamento. 
Tornar-me Lobo e deveras ser um.

Apetece-me juntar-me a eles e enroscar-me num covil, 
Entre pêlos e respirações profundas... 
Conforto... 
Calor... 
E assim adormecer, tranquilamente, embalado pelo arfar da doce Natureza.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Homo Sapiens

Fugir. Evadir-me deste mundo nojento de gente asquerosa. Capaz das maiores atrocidades e falsidade. A minha razão de viver é fugir deste mundo povoado e dominado pela raça mais impura de todas. A raça humana.

Uma raça que significa a ruína e a extinção de tantas outras. Que constantemente contribui para o desaparecimento de indivíduos seus irmãos. Que desenvolveu um horrendo mecanismo para enganar, mentir e esconder.

Uma raça cuja única e verdadeira razão de viver é sobrepor-se aos restantes indivíduos. Profetas da ambição…hipócritas, exibem os seus crucifixos e, entre as mãos postas, seguram as 30 moedas e o punhal com que atacarão o “amigo” no peito. Corvos – com o devido respeito e pedido de desculpas, a esse animal esplendoroso, pela comparação – alimentam-se dos despojos fúnebres dos seus semelhantes, atrevendo-se ainda a lutar entre si pelas migalhas.

“Estou de luto. De luto permanente” e, por isso, como humano, cedo às imposições e estereótipos desta sociedade nefasta e mortificada e visto de negro. Negro do luto pela podridão da raça humana.