Apetecem-me os ares noturnos do monte.
A brisa fresca a banhar-me a cara destapada.
Apetece-me levar as mãos à boca,
E, sobre ela,
Formar com os dedos entrelaçados uma concha
Apetece-me contrariar minha existência;
Soltar um uivo abafado e esperar pela resposta,
Soltar um uivo abafado e esperar pela resposta,
De baixo de um luar poderoso...
De um Céu maravilhoso...
Quando a resposta chegar,
Quando a resposta chegar,
Longínqua ou não,
Apetece-me romper pelo meio da densa vegetação
Seguindo a resposta ao meu chamamento.
Tornar-me Lobo e deveras ser um.
Apetece-me juntar-me a eles e enroscar-me num covil,
Apetece-me juntar-me a eles e enroscar-me num covil,
Entre pêlos e respirações profundas...
Conforto...
Calor...
E assim adormecer, tranquilamente, embalado pelo arfar da doce Natureza.
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